MOLHO BRANCO OU TIPO BECHAMEL


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BARREADO, A AUTÊNTICA COMIDA PARANAENSE


A cultura popular brasileira tem criado coisas especiais em todas as áreas, mas, principalmente, na culinária. Pratos populares como a feijoada, arroz tropeiro, vatapá e tutu à mineira são iguarias apreciadas dentro e fora do País. Na lista não poderia faltar o Barreado, uma das mais requintadas criações da cozinha típica nacional. Trata-se de um prato simples e exótico, degustado há mais de 200 anos por caboclos das encostas da Serra do Mar, no litoral do Paraná. Durante mais de século, foi consumido apenas por moradores nativos das cidades de Antonina e Morretes, por ocasião da festa do Entrudo, que deu origem ao Carnaval. Depois da folia, o barreado era servido para "forrar" o estômago. Com o decorrer do tempo, passou a ser servido também nas celebrações religiosas, que até hoje atraem milhares de pessoas àquelas bucólicas cidades com o propósito único de degustar um bom Barreado. Disputa-se em Morretes não apenas um lugar nos restaurantes, mas sobretudo a paternidade e a posse da sua origem têm causado acirradas disputas entre Morretes, Antonina e Paranaguá. Outra versão defende que o Barreado incorporou-se à culinária cabocla através dos tropeiros que subiam e desciam o litoral pelos caminhos das serras e que no final da tarde, faziam uma densa refeição ao cair da noite quando acampavam para o pernoite. Alguns explicam que o louro é utilizado como tempero em função das suas propriedades digestivas, já que o barreado é um prato pesado. Afirma-se também que no passado, o Barreado, era levado a um braseiro deveria permanecer por 24 horas no fogo, até ficar no ponto. De um jeito ou de outro, todos concordam que a cachaça sempre acompanhou e deve continuar acompanhando o barreado. Símbolo de fartura, de festa e alegria, o nome do prato vem da expressão barrear a panela, isto é; vedar com pirão de farinha de mandioca e cinza para não se perder a fervura.Outros dizem que a origem do termo está ligada ao utensílio de barro utilizado para fazer o cozido. Hoje, o barreado ultrapassou as fronteiras culturais e a disputa entre Morretes, Antonina e Paranaguá, para se tornar o único mais típico prato do litoral paranaense. Em Antonina há uma forte tradição carnavalesca, existe a tendência em associar o Barreado ao Entrudo. Em Morretes, a origem do barreado é ligada aos tropeiros, que durante o ciclo da erva doce, traziam do planalto, quando desciam o caminho da Graciosa, um cozido bem temperado que durasse muitos dias e não se deteriorasse. E o Barreado durava exatamente o tempo utilizado pelos tropeiros, até que alcançassem o Porto de Cima. A grande dificuldade para a massificação do Barreado é o seu tempo de preparação e cozimento, um ritual que leva de 16 a 24 horas. Tentativas de reduzir este tempo com a utilização de meios modernos como a panela de pressão não surtiram bons resultados, pois alteram o sabor peculiar do prato.


A RECEITA ORIGINAL DO BARREADO

Ingredientes: 2 Kg de carne fresca - alcatra, cochão mole, patinho, peixinho, acém, etc.; 200 gramas de toucinho fresco; 2 tomates sem pele; 1 cebola; 1 dentes de alho; 2 folhas de louro; 2 pitadas de cominho; 1 maços de cheiro-verde; ¼ de maço de alfavaca; 1 xícara de vinagre e Sal e pimenta do reino a gosto.

O preparo: Na véspera, as carnes e o toucinho devem ser cortados em pedaços pequenos. A carne deve ser temperada numa vasilha grande, adicionando-se todos os temperos picados e deixando-a repousar até o preparo. Forra-se a panela de barro com o toucinho em cubos levando ao fogo para derreter e dourar. Acrescentar as carnes temperadas e tampar a panela com uma folha de bananeira - previamente sapecada na chapa para amolecer - amarra-se com um barbante grosso nas bordas. Coloca-se a tampa e barrea- com uma mistura de cinza de fogão à lenha, farinha de mandioca e água fervendo, para dar a liga. Depois de bem vedada, leva-se ao fogo forte nas primeiras horas, passando-se para um fogo mais brando depois. O fogão deve necessariamente ser a lenha. O tempo de cozimento é de 14 a 20 horas. Quando a folha de bananeira estiver bem escura, o barreado estará pronto.

Modo de servir: Serve-se com farinha de mandioca, banana, laranja e arroz. companha uma bebida alcoólica - caipirinha ou cachaça pura - que serve para rebater este prato, considerado pelos gourmets, um tanto forte.
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CONSUMMATUM EST!


Reza a lenda que foi esta a reação de Santo Tomás de Aquino na primeira vez em que provou arroz com leite: soquear com força a mesa e gritar “acabou-se!”, com indignação, após a última garfada. O relato do banquete em que tal fato aconteceu, oferecido em 1218, pelo rei Luís IX da França, é também a primeira aparição do doce na literatura documental. A iguaria, no Brasil chamada de Arroz-Doce, tem origem árabe, embora sua autoria também seja atribuída a indianos, chineses e paquistaneses. Acredita-se que a aterrissagem do prato na mesa da corte francesa tenha sido obra do cozinheiro do rei, que conheceu a receita no Norte da África, durante a primeira cruzada. A partir daí, a difusão da iguaria pela Europa foi rápida. Existem versões do Arroz-Doce na Itália, na Espanha, na Alemanha, em Portugal, na Grã Bretanha, no Leste Europeu e na península Escandinava. As versões do prato pelo mundo incluem variações nos temperos, que vão da tradicional canela até sementes de papoula, gengibre, anis e açafrão. Durante os últimos vinte e seis séculos, o arroz cozido em leite com açúcar conservou praticamente intacta a sua essência original. A sobremesa de arroz doce em Portugal reflete esse desejo de manter vivas as doces tradições ancestrais. Servi-lo no final do almoço de domingo, ou em qualquer acontecimento digno de celebração, significa venerar um costume antigo e honrar os dias festivos. As inúmeras referências revelam esta aliança do arroz doce e determinadas datas do calendário. No Natal, por exemplo, nas aldeias e cidades portuguesas, é sobremesa obrigatória. Assim, antes de ir à popular Missa do Galo, não deve faltar um prato de arroz doce e os doces conventuais que são servidos após um vistoso bacalhau cozido ou ao forno. Trazido pelos portugueses, o Arroz Doce se alastrou pelo Brasil, sucesso garantido no repertório de receitas de qualquer avó que se preze. Desde o aroma que lhe é oferecido pela canela, passando pelo toque sutil que a casca de limão lhe dá, o arroz doce admite, na sua preparação, pequenas variantes que permitem personalizá-lo e torná-lo único em cada mesa. A receita é bastante simples e barata. O conjunto dos ingredientes não gera um custo maior que 15 reais e rende aproximadamente dez porções por xícara de arroz. O gosto característico lembra a infância de todos nós.

ARROZ DOCE LIGHT (90 calorias por taça)

Ingredientes: 1 litro e meio de leite, 2 xícaras de arroz (já lavado), 3 xícaras de açúcar orgânico, canela em pau e moida a gosto e 1 lata de leite condensado light.

Modo de Preparo: Coloque, em uma panela grande, o leite e o arroz, e cozinhe por 20 minutos já com a canela em pau, mexendo de vez em quando. Acrescente o açúcar e deixe mais 20 minutos. Por último, adicione o leite condensado e deixe os 20 minutos finais. Salpique com mais um pouquinho de canela na hora de servir. Divirta-se!
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PICADINHO INDIANO


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UM SÍMBOLO DO TROPERISMO


"O gaúcho, desde os primórdios, teve sua preferência na carne. A cozinha gaúcha, desde os tempos históricos, quando as fazendas eram fábricas domésticas de alimentação, centralizava a atividade principal da casa. O churrasco, todo soberano, absoluto e onipresente dominava o menu. A fabricação nas estâncias vinha com a manteiga, o queijo da campanha, o requeijão, etc... O arroz carreteiro e o charque eram quase como pratos chefes. O arroz e o feijão representam a constante brasileira na vida pastoril e urbana do Rio Grande do Sul." – trecho extraído do livro de Dante de Laytano intitulado Folclore do Rio Grande do Sul. As carreteadas, pelos pampas do Rio Grande do Sul, desde os primórdios da civilização, prestaram papéis relevantes ao nosso folclore. Particularmente, as carreteadas foram o meio mais eficiente de povoação da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, além de abrir caminhos pelas matarias e descampados. Os rangidos dos rodados eram a certeza do transporte do suprimento necessário para erguer-se um rancho, vanguarda dos confins das plagas do sul. Cortando distâncias, o carreteiro deixava a família e a querência. Um fiambre, contendo charque, tinha presença na mochila do carreteiro. Era o alimento protéico mais adequado para vencer a carreira das distâncias. Apesar das grandes contribuições das carreteadas, muito superadas pela tecnologia moderna, foi a Culinária Gaúcha que herdou seu maior legado – o Arroz de Carreteiro. Durante longo tempo, o principal produto de sua economia era o charque. A carne bovina salgada e secada ao vento era abundante. Ao partir para as carreteadas os sul-riograndenses abasteciam suas comitivas de bastante charque. Uma manta grossa de charque, encapada de banha, era um convite irresistível para um carreteiro. As carreteadas poderão passar, porém o prato Arroz de Carreteiro jamais faltará na mesa do gaúcho. Nas carreteadas, sob o abrigo dos acampamentos, nosso campeiro sempre teve seu gosto ajoujado a esse saboroso prato. Ele invadiu os ares citadinos, conquistando a predileção dos gostos mais requintados. O Arroz de Carreteiro, prato característico do cardápio gaúcho, nascido da luta das estradas, seu sabor se confunde com o prazer de viver nestes pagos soberanos.

UM POUCO MAIS DE HISTÓRIA...


NOSSA RECEITA: ARROZ DE CARRETEIRO

INGREDIENTES: 1 kg de charque, 1 kg de arroz, 2 cebola e 6 dentes de alho.

MODO DE PREPARO: Aferventar o charque, trocando uma vez a água. Se o charque for caseiro, basta deixar pelo menos 5 horas de molho em água fria. Picar o charque em guisado médio e colocar na panela para fritar. Se o charque for gordo, colocar menos gordura. Esmagar o alho e picar juntamente com a cebola. Quando o charque estiver bem dourado, colocar a cebola e o alho picados para fritarem. Juntar o arroz e deixá-lo fritando um pouco. Colocar água fervendo até dois dedos acima do arroz. Provar o sal e cozinhar em fogo baixo. Para seis pessoas. Bom apetite!
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