EMPADA FRITA, TRADIÇÃO GASTRONÔMICA DE SALTO

A origem da receita da empada frita de Salto permanece incerta. O que se sabe é que a precursora no seu preparo foi Diamantina Andriolli, popularmente conhecida como Dona Nena, que teria aprendido a receita com seus familiares. A partir da década de 1940, Dona Nena preparava suas empadas, juntamente com as ajudantes Dona Julica e Dona Eliza. Os quitutes, muito apreciados já naquela época, eram vendidos em cestos de vime pelos meninos, de porta em porta, nas ruas de Salto. Com o tempo, a empada frita passou a ser preparada por várias outras senhoras saltenses, seguindo basicamente a mesma receita, cuja massa leva farinha de trigo, água, sal, fermento, gordura e um pouco de aguardente. Os recheios mais usuais são o frango e o palmito, mas ela também já foi preparada, principalmente nas semanas santas, com camarão e mesmo bacalhau. Ao longo de mais de meio século, desenvolveu-se o hábito de abastecer os bares da cidade e atender encomendas para festas e outros eventos, com as empadas no tamanho grande, tradicional, ou menores, entregues às dúzias e centenas. Mulheres saltenses, como Alzira Pacher Bonatti, a Dona Ila; Idair Scalet; Alzira Cruz Figueiredo; Otília Alves Amaral; Jacira Pacher e Irene Zanuni, estão entre as muitas empadeiras que sustentam até hoje uma tradição local, uma vez que a empada frita não é encontrada em muitos lugares na cidade. Alguns pontos comerciais como o Krep’s Café, o Sandy’s, o Kandy’s e outros bares mantém a empadinha frita entre os salgadinhos a serem degustados. É comum pessoas de outras localidades fazerem suas encomendas de empadas fritas em Salto, depois de as terem conhecido através de algum parente ou amigo.

Por se tratar de uma tradição culinária tipicamente saltense, com uma clientela de apreciadores que cresce a cada dia, a empada frita foi declarada bem de valor cultural para a comunidade local. Passou, assim, a ser oficialmente divulgada pelos órgãos públicos que zelam pelo turismo e pela cultura, com o objetivo de preservar e incentivar o conhecimento de uma delícia que vem se somar a tantos outros atrativos oferecidos pela cidade de Salto. Com o tempo, a empada frita passou a ser feita por várias senhoras saltenses, carinhosamente chamadas de empadeiras. Muitas as fazem até hoje, seguindo praticamente a receita original, que tem mais de 60 anos. A idéia de oficializar o prato como tradicional e genuíno da cidade surgiu em 2006, numa das reuniões do Conselho Municipal de Turismo, presidido por Wanderley Rigolin, quando inicialmente se falou na grande procura da empada frita, inclusive por muitos turistas. O lançamento do prato típico saltense, realizado em 30 de agosto de 2007, foi marcado pela assinatura de um decreto lei, pelo prefeito da Estância Turística de Salto, Geraldo Garcia, que declarou o quitute um bem cultural.